12/12/13

|inspirar| Amamentação ou desmame. Qual o verdadeiro drama?






Sempre quis muito amamentar e sempre tive poucas certezas de que iria conseguir fazê-lo.  

Os mitos, ainda verdades absolutas para tanta gente, povoavam legitimamente a minha cabeça. As dúvidas normais de uma quase-mãe adensavam-se: "terei leite?", "o meu leite será bom?", "alimentará o suficiente?", o blá-blá que toda a vida se ouve e, ainda bem que a tempo, me apercebi não passar de blá-blá.

Sendo as minhas certezas tão distantes das de tantas mães com quem me cruzo, torna-se um tema por vezes ainda delicado de debater.

Todas temos leite, leite bom, leite suficiente, salvo raríssimos casos. Esta mensagem foi-me passada e devidamente fundamentada pela melhor preparadora de partos possível, Enf. Júlia Melo, e reforçada pelo livro "Socorro, Sou Mãe", cuja ligeireza do título não me fazia prever a sua importância. Obrigada Filipa por este presente.

Todas temos ao nosso alcance os meios necessários para alimentar o bebé mal este nasça.
Numa situação normal o que impede muitas recém-mamãs de amamentar não é a qualidade ou a quantidade do seu leite, mas sim a forma como a interacção mãe-bebé se dá no imediato pós-parto no que a este ponto diz respeito.

Apesar do instinto ter obrigação de falar mais alto, nem sempre consegue. É sabido que os bebés não nascem a dominar a técnica da mama. Se para alguns é só agarrar e já está a encher a barriguinha, outros há que é necessário ter a calma e paciência necessárias para os ensinar a ambientar-se e usar a sua fonte de alimento. Muitas vezes as mães cansadas (exaustas) e desapoiadas não o conseguem fazer. É legítimo e compreensível.

O meu início foi bastante dorido mas felizmente o bebé ao fim do 3º dia já agarrava a mama como se sempre o tivesse feito. Doeu claro, mas teria sempre que doer, é normal. 
Na mesma altura uma amiga também recém-mamã não teve as mesmas facilidades, e perante a dificuldade da bebé não fazer uma boa pega pediu ajuda. Até hoje continua à espera, mas isso não a impediu de durante alguns meses dar do seu leite. 
A genuína vontade e a ausência de falsos moralismos fazem toda a diferença.
Como em muitos outros aspectos do pós-parto mais imediato é uma fase de desconforto que passa muito rápido.

Profissionais informados e disponíveis é o que é preciso para que a mãe portuguesa entenda que é possível amamentar desde que realmente o queira.

Não gosto de extremismos e tento respeitar as opiniões e posturas alheias, dificilmente chamo egoísta ou irresponsável a quem opta por não amamentar. Já burra é um nome que costumo usar para esse efeito.
E como este tópico vai demasiado longo é desnecessário referir as inúmeras vantagens do leite materno e do acto em si ou as recomendações da OMS, certo?
  
O título também fala de desmame mas terá de ficar para uma parte II. 
Esse sim o meu verdadeiro "drama". 18 meses depois e sem grandes previsões de...
 

 

1 comentário:

  1. É verdade que o ato de amamentar está rodeado de mitos e medos. E por mais que se saiba que não passam disso mesmo, na hora de o fazer, a maioria das mulheres sente-se insegura. Ou peso do bebé não aumentou como seria suposto ou alguém disse que o bebé chora porque tem fome e o leite não é suficiente... Enfim! No meu caso, antes do parto, estava bem informada e sempre acreditei que seria capaz de amamentar. A questão do peso destruiu a minha auto-confiança. A primeira coisa que me deram no centro de saúde foi uma lata de LA. Mas eu, consciente de que o leite materno era o melhor para ele, procurei ajuda com uma pessoa especializade e, hoje, passados15 meses e meio, ainda amamento :) Infelizmente, considero que a maioria dos enfermeiros e pediatras está mal informada acerca da amamentação, não incentiva as mães a amamentar, levando-as, muitas vezes, a desistir. É preciso ter sorte com a ajuda que encontramos!

    Quanto ao desmame.... Aguardo o próximo capítulo! :)

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